16 de mai. de 2008

PALESTRA TST



P A L E S T R A LIXO NOSSO DE CADA DIA

Caminhos e descaminhos do consumo ao descarte, passeando por projetos e caindo na “inclusão” social. Como conviver neste planeta que nos acolhe, de forma a garantir nossa sobrevivência e a das gerações futuras? O agravamento dos impactos ambientais causados por nossas atividades tem comprometido a vida. Nesta palestra será tratado um dos temas mais decisivos para qualidade ambiental, “Lixo nosso de cada dia” é uma busca da reflexão de nosso consumo e destinação do lixo que geramos, além de caminhar por projeto de “inclusão” social. Esta palestra tem por objetivo despertar a competência ambiental, onde o ser humano se veja capaz de atuar de forma a atenuar os impactos de seu modo de vida sobre o meio ambiente. Palestrante: Cleber Oliveira, biólogo, consultor ambiental é especialista em educação e meio ambiente, diretor da empresa de consultoria ambiental Tarumã, onde atua na coordenação de programas de desenvolvimento de florestas comunitárias e de marketing ecológico.

Realização: TST

Parceria: Tarumã Consultoria Ambiental

A palestra será realizada dia 15 de Maio as 13:00hs

TST AMBIENTAL TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO SAFS – QUADRA 8 – LOTE 1 – BLOCO A - 4ª ANDAR – SALA 462 – BRASÍLIA – DF CEP : 70.070-600 TEL : (61)3314-3410 FAX: (61)3314-4195 E-mail: tst.ambiental@tst.gov.br]

RECICLAGEM DE PAPEL

FONTE: http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=residuos/index.php3&conteudo=./residuos/reciclagem/papel.html#topo

Reciclagem de Papel

Processo de Reciclagem do Papel

Papel Reciclável x Papel Não-reciclável

Vantagens de Reciclar Papel

A reciclagem do papel é tão importante quanto sua fabricação. A matéria prima para a fabricação do papel já está escassa, mesmo com políticas de reflorestamento e com uma maior conscientização da sociedade em geral. Com o uso dos computadores, muitos cientistas sociais acreditavam que o uso de papel diminuiria, principalmente na indústria e nos escritórios, mas isso não ocorreu e o consumo de papel nas duas últimas décadas do século XX foi recorde.
Na fabricação de uma tonelada de papel, a partir de papel usado, o consumo de água é muitas vezes menor e o consumo de energia é cerca da metade. Economizam-se 2,5 barris de petróleo, 98 mil litros de água e 2.500 kw/h de energia elétrica com uma tonelada de papel reciclado.

Processo de Reciclagem do Papel

Papel reciclável x Papel não-reciclável
Reciclável
Não-reciclável
Caixa de papelão
Papel sanitário
Jornal
Copos descartáveis
Revista
Papel carbono
Impressos em geral
Fotografias
Fotocópias
Fitas adesivas
Rascunhos
Etiquetas adesivas
Envelopes
Papel timbrado
Embalagens longa-vida *
Cartões
Papel de fax

* papel + plástico + alumínio

Vantagens de Reciclar Papel

Redução dos custos das matérias-primas: a pasta de aparas é mais barata que a celulose de primeira.

Economia de Recursos Naturais.

- Madeira: Uma tonelada de aparas pode substituir de 2 a 4 m3 de madeira, conforme o tipo de papel a ser fabricado, o que se traduz em uma nova vida útil para de 15 a 30 árvores. - Água: Na fabricação de uma tonelada de papel reciclado são necessários apenas 2.000 litros de água, ao passo que, no processo tradicional, este volume pode chegar a 100.000 litros por tonelada.- Energia: Em média, economiza-se metade da energia, podendo-se chegar a 80% de economia quando se comparam papéis reciclados simples com papéis virgens feitos com pasta de refinador.- Redução da Poluição: Teoricamente, as fábricas recicladoras podem funcionar sem impactos ambientais, pois a fase crítica de produção de celulose já foi feita anteriormente. Porém as indústrias brasileiras, sendo de pequeno porte e competindo com grandes indústrias, às vezes subsidiadas, não fazem muitos investimentos em controle ambiental.
Criação de Empregos: estima-se que, ao reciclar papéis, sejam criados cinco vezes mais empregos do que na produção do papel de celulose virgem e dez vezes mais empregos do que na coleta e destinação final de lixo.
Redução da "conta do lixo": o Brasil, no entanto, só recicla 30% do seu consumo de papéis, papelões e cartões.
O papel reciclado pode ser aplicado em caixas de papelão, sacolas, embalagens para ovos, bandejas para frutas, papel higiênico, cadernos e livros, material de escritório, envelopes, papel para impressão, entre outros usos.

21 de abr. de 2008

São Bernardo: papel, casca de cebola e sisal geram renda para jovens da periferia

Elaine Granconato - da redação.
Mais do que contribuirem para a preservação da natureza com a reciclagem de papel, dez jovens da periferia de São Bernardo, entre 17 e 22 anos, recuperaram a auto-estima e descobriram o espírito empreendedor. Eles integram o grupo produtivo do Araçari, projeto da Prefeitura de São Bernardo que, além do apelo ecológico, visa a inclusão social e a geração de renda. Blocos de anotação, porta-retratos, porta-canetas, marca páginas, cartões de visita, vasos, álbuns de fotografias, luminárias, flores e embalagens de presentes, entremeados à casca de cebola, fibra de coco e sisal, são fabricados, artesanalmente, para venda no varejo ou no atacado. Na lista de clientes, entidades e empresas renomadas, como a Fundação Espaço Eco, organização não-governamental instituída pela Basf, e a Vega Engenharia Ambiental."É uma forma de incentivar e conscientizar as pessoas da necessidade de reciclar os mais variados materiais, além de apoiar o projeto dos jovens", afirma Rafael Luiz Marquezi, que coordena o programa interno de coleta seletiva da Vega, unidade São Bernardo, consumidora dos produtos do Araçari. A empresa premia, mensalmente, os funcionários que se destacam nesse processo de preservação ambiental. A última compra foi de porta-canetas que imitam os 203 ecopontos – depósitos de lixos recicláveis espalhados por vários bairros do município -, e carrinhos de varrição com bloco de anotação. A empresa de limpeza urbana é quem executa para a Prefeitura os serviços de coletiva seletiva; coleta domiciliar; varrição de vias; lavagem de feiras livres; remoção de entulhos de obras públicas e coleta dos móveis velhos da Operação Bota-ForaDesde 2005, a Fundação Espaço Eco, no bairro Botujuru, em São Bernardo, utiliza-se dos produtos frutos da reciclagem de papel. Desde blocos de anotação e pastas para seminários até a confecção de crachás e cartões de Natal. "O Projeto Araçari tem tudo a ver com as nossas atividades voltadas para a área de educação ambiental, reflorestamento e de cunho social. Estamos satisfeitos com o resultado", diz Jaqueline Masetto, da ONG de desenvolvimento sustentável inaugurada há dois anos pela Basf.Além das empresas nacionais, a exportação, mesmo que timidamente, também chegou ao Projeto Araçari no Jardim Nossa Senhora, região do bairro Demarchi, onde funciona a ofi-cina de reciclagem de papel e um showroom para venda direta ao consumidor. Uma enco-menda de 300 caixas para camisetas, com a Bandeira do Brasil, foi remetida para a Suécia. E outra de embalagens para vinhos teve como destino a Alemanha.Na linha de produção de quase 50 itens, jovens simples e de famílias humildes, porém trabalhadores, responsáveis, perseverantes e sonhadores. É o caso de Kelly Rufino Costa, 22 anos, moradora no bairro Botujuru, que há quatro anos integra o Projeto Araçari e pensa em fazer medicina. Seu pai aguarda na fila por um transplante de rim. Enquanto não chega, enfrenta sessões de hemodiálise. A jovem, que já concluiu o ensino médio, conta sua história sem rodeios. Paralelamente, não dá trégua para concluir a encomenda de pastas feita pela Fundação Espaço Eco, ligada à Basf. "O dinheiro que ganho das vendas repasso para meus pais", afirma Kelly, que possui mais seis irmãos.Além de contribuir para a renda familiar, o Araçari deu um novo horizonte para Kelly. "Aprendi coisas novas aqui, como reciclar o papel, além de distrair a cabeça", diz a jovem. "O convívio em grupo para a Kelly foi muito importante", afirma Cristina Olinda Granha Lopes, uma das coordenadoras do projeto de inclusão. Desde que foi implementado em 1998, o programa atraiu cerca de 180 jovens. Porém, nem todos investiram no grupo produtivo.Não é o caso de Aline Teles Feitosa, 18 anos, moradora no bairro Batistini, que se juntou ao grupo há dois anos. Primeiramente, a jovem, como todos os outros nove integrantes, passou pelo curso de reciclagem e artesanato em papel, oferecido gratuitamente pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania aos moradores de São Bernardo, a partir de 16 anos. "Me chamou a atenção o fato do reaproveitamento do papel, dos diferentes tipos de tingimento e o uso de cascas de cebola e de alho, por exemplo, para efeitos de decoração", afirma Aline, que agora não mais mistura lixo orgânico na sua casa com materiais recicláveis, como vidros, plásticos e papel. Aliás, as fibras orgânicas e folhas, como o coco e chá em saquinho, dão texturas e efeitos diversificados aos produtos, a partir da reciclagem.A lição de casa foi levada também para os amigos. "Eu explico que não podemos amassar ou fazer bolinhas com o papel, porque perde a consistência e a fibra. O ideal é rasgar ou dobrar para não danificá-lo", ensina Aline. Todo material (como papel sulfite e aparas) utilizado no Araçari é proveniente de todos os setores da Prefeitura, além de empresas e condomínios comerciais e residenciais da cidade parceiros. Dois centros municipais de ecologia e cidadania são responsáveis pelo armazenamento do papel, que totaliza cerca de 20 mil toneladas por mês – parte é utilizado pelos jovens, de acordo com a assistente social Dalva Pinheiro de Almeida Pagani, da equipe coordenadora do projeto.Para Valberlange Cosme de Meneses, 18 anos, do bairro Batistini, que divide a casa com os pais, mais sete irmãos e o sobrinho de oito meses, o projeto, além de ajudar na renda familiar e valorizar sua auto-estima, trouxe serviu de ponte para conhecer a namorada Bethel, que não mais faz parte do Araçari.Benefícios – A renda das vendas é dividida entre os dez artesãos, que possuem uma conta conjunta bancária, de acordo com Sandra Regina Costa de Barros, professora de apoio ao Projeto Araçari. Os jovens empreendedores recebem ainda como benefícios: vale alimentação, vale transporte e lanche – a produção é diária e, em média, são fabricadas 40 folhas de papel reciclado, matéria-prima para a confecção dos itens. Alguns deles, maiores de 18 anos, são cadastrados na Sutaco (Superintendência do Trabalho Artesanal nas Comunidades), o que possibilita a emissão de nota fiscal. "Nossa maior fonte são as encomendas das empresas. Por isso, novos parceiros são bem-vindos", ressalta Aline.O Projeto Araçari é dividido em três fases distintas. A primeira trabalha a formação do aluno, com noções de ética e cidadania. A profissionalização é a etapa seguinte, na qual a pessoa aprende a reciclar o papel (picar, tingir, textura) e transformá-lo em produtos artesanais, como blocos e porta-retratos.Já o grupo produtivo visa às ações empreendedoras, desde a produção dos itens para venda até a contribuição com o meio ambiente. O objetivo é a geração de renda e fazer com que o jovem busque sua autonomia. O Araçari se baseia na política dos quatro Rs (Reeduque, Reduza, Reutilize e Recicle), que faz parte do Programa Lixo & Cidadania, também assinado pela Prefeitura.E foi por um desses cursos de qualificação que passou a artesã de bijuteria de saquinho de papel de pão Ariane Justino da Silva, 22 anos, hoje instrutora da Prefeitura.
Projeto Araçari -
Onde fica – Rua Valdomiro Luiz, 65. Jardim Nossa Senhora de Fátima/Bairro Demarchi. Telefone – 4396-7171.Horário – de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
Informações à imprensa - Depto. de Comunicação - Divisão de JornalismoTelefones: 4348-1043 e 4348-1044
Arquivo: Projeto Araçari (27/9/07)
Fotos: MamedioRedatora: Elaine Granconato (mtb 9.719)

20 de abr. de 2008

Agricultores de Roraima transformam fibra de banana em papel


Sebrae no Estado apoiou a criação da Cooperativa Agropecuária de Agricultores e Agricultoras Familiares de Caroebe, que reúne 26 produtores

Tatiana Alarcon Brasília -

Os restos de banana que antes iam direto para a lata do lixo hoje têm um destino mais produtivo. Com a ajuda do Sebrae em Roraima, produtores de pequenas propriedades de banana montaram uma cooperativa que trabalha no reaproveitamento da fibra da fruta para produção de papel, a Coopafarc (Cooperativa Agropecuária de Agricultores e Agricultoras Familiares de Caroebe). São fabricados três tipos de papel, o A2, A3 e A4. O trabalho é feito por 26 cooperados e suas famílias, envolvendo um total de 50 pessoas, e a produção é feita sob encomenda. A idéia de desenvolver papéis e outros objetos da fibra da banana surgiu do Sebrae/RR. De acordo com Rodrigo Rosa, gestor do projeto de Bananicultura da instituição, o objetivo é utilizar um alimento economicamente viável para a região e que traga retorno financeiro para os agricultores do projeto. Desde 2003, o Sebrae atua no setor promovendo cursos e reuniões aos produtores de banana da região. Luiz Almeida, integrante da Coopafarc, conta que 95% da produção da fruta eram transportados para Manaus. Como a oferta era muito grande, os preços cobrados eram muito baixos. Neste momento, os produtores sentiram a necessidade de se organizar e procuraram a ajuda do Sebrae. A instituição ofereceu cursos e consultoria em cooperativismo, apoio técnico e disponibilizou um consultor para orientar a criação e gestão da cooperativa. “O Sebrae atua como um parceiro, mostrando como é que se faz para depois eles andarem com as próprias pernas”, disse Rodrigo Rosa. Os agricultores aprenderam a aproveitar outras potencialidades da banana, a agregar valor ao produto e seus derivados, visando à sustentação dos negócios, à geração de renda e ocupação, além do fortalecimento e ampliação do mercado. De acordo com Rodrigo Rosa, o projeto está buscando parceria com o Banco do Brasil para o financiamento de mudas e material para produção. “Estamos articulando parceiros para realização das ações”, afirmou. Da banana ao papel Os papéis, de gramaturas, texturas e tamanhos diferentes, servirão de matéria-prima para a criação de convites, cartões e embalagens. Segundo a gestora do projeto de Artesanato do Sebrae/RR, Rosani Elizabeth, a fibra da banana e o processo de lavagem influenciam diretamente na cor do papel. “Quanto mais clara for a fibra, mais clara será a folha de papel”, disse. A técnica da produção do papel consiste em aproveitar o caule e o tronco da bananeira. O primeiro passo é cortar o tronco em pedaços miúdos que serão cozinhados em latões com soda cáustica e água, por duas horas. Depois de cozido, o material vira uma massa que será lavada para eliminar os restos da soda. Mais uma vez o material é picado e triturado no liquidificador. A massa é despejada em uma tela, que será responsável pelo molde do papel e, logo depois, será exposta ao sol. A última etapa do processo consiste em passar a ferro a massa do papel. A cooperativa tem uma produção mensal de 30 toneladas de banana e cerca de 170 folhas de papel, nos três tamanhos (A2, A3 e A4).O projeto faz parte do Programa Estadual de Arranjos Produtivos Locais (APLs), implantado pelo governo de Roraima. APLs são aglomerações de empresas localizadas em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva e mantêm algum vínculo de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais tais como governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa.
Fonte: CeluloseOnline
http://www.celuloseonline.com.br/pagina/pagina.asp?IDItem=4136&IDNoticia=2340
Por Alexandre Carolo 24/06/2004

Empresas que produzem papel a partir da fibra de bananeira investem em suas unidades, preocupadas com aumento da demanda, meio-ambiente e responsabilidade social.A Transform Australia, empresa australiana que utiliza fibras de bananeira para produzir papel em pequena escala, está buscando novos parceiros para colocar em prática um projeto de produção comercial. A empresa, que necessita de um investimento de U$ 2,1 milhões, quer aumentar a produção para atender à demanda.Os três sócios da companhia, Tom Johnston, John Dunleivy e Jo Doecke, já investiram US$ 700 mil na unidade que atualmente passa por uma ampliação. A máquina de papel, que tem capacidade para produzir 2 mil toneladas por ano, está sendo reconstruída e passará a fabricar 20 mil toneladas. A planta, localizada em North Queensland, na região de cultivo de banana da Austrália, é considerada a única fábrica de papel 100% produzido a partir da fibra da bananeira. O projeto foi desenvolvido pelo fundador da companhia, Tom Johnston, e pelo pesquisador da Universidade de Adelaide, Ramy Azer.O protótipo da fábrica foi criado em 2002, com o objetivo de produzir cerca de 500 quilos de cartões pessoais e sacos feitos de fibra de banana. "Hoje estamos próximos de começar a produção comercial na medida em que muitas companhias estão prontas para encomendar grandes quantidades", disse o diretor.O obstáculo fica por conta da falta de recursos. Para isso, os três sócios já concordaram em vender 30% da Transform Australia para subsidiar o projeto de produção comercial. Segundo Johnston, acionista majoritário, com 75% da companhia, ainda são necessários US$ 2,1 milhões para que o projeto possa ser desenvolvido.A Transform Australia garante que o papel feito da fibra da bananeira é 300 vezes mais forte do que o papel produzido a partir da celulose convencional. "O papelo é impermeável, completamente biodegradável e ambientalmente amigável uma vez que utiliza um produto normalmente não aproveitável", disse Johnston. A empresa indica que não são utilizados aditivos, químicos, colas ou corantes na produção,que dispensa água, uma vez que as árvores contêm bastante seiva própria para reagrupamento. A companhia acredita que o papel de banana pode substituir 85% do atual consumo mundial.
C&P do Caribe aposta na fibra da bananeira para ajudara diminuir problemas sociais e ambientais da Costa Rica
Um dos grandes problemas que enfrentam os países produtores de banana é a eliminação dos resíduos orgânicos originados na produção, seleção, embalagem e exportação da fruta. A Costa Rica, por exemplo, é o segundo produtor mundial de banana e, por isso, um de seus maiores problemas consiste na eliminação do ráquis (eixo que sustenta os cachos de bananas) ou bagaço, que geram custos importantes em termos de ambiente e finanças.Na Costa Rica também existem problemas sócio-econômicos gerados tanto pelo latifúndio agrícola bananeiro e pecuário, como pelos minifúndios agrícolas não rentáveis. Atualmente, a grande escassez de emprego e os baixos salários geram migrações periódicas dentro e fora da região. Além disso, uma porcentagem elevada de agricultores venderam suas terras, pois uma pequena parcela não gera receita suficiente para poder manter suas famílias.Para ajudar a diminuir os problemas sociais e ambientais do país, a empresa Celulose e Papéis do Caribe (CPC) criou duas centrais produtivas, capazes de gerar pelo menos 250 novos empregos. Uma delas é para a produção de celulose, a partir da reciclagem do ráquis e processamento do kenaf (outra fibra alternativa). A outra central é dedicada à fabricação de papel e papelão usando celulose virgem de ráquis, kenaf e papelão reciclado.Com esse projeto, a CPC pretende atuar não somente no que diz respeito ao custo ambiental e financeiro do ráquis, mas também para convertê-lo em uma fonte rentável e sustentável de divisas, mediante a produção de polpa e papel.A empresa já deu início a um processo de patente, fruto da pesquisa iniciada há 15 anos em conjunto com a Universidade da Costa Rica. Assim, serão consumidos papel e papelão reciclado coletados em todo o país, sempre que seja rentável.Para isso foram estabelecidos convênios com produtores de banana para a colheita do ráquis, em um raio de ação de 20 quilômetros da empresa. Na CPC foram desenvolvidos e construídos equipamentos adequados para o corte e desfibramento do ráquis. Os equipamentos foram projetados de maneira que as fibras obtidas tenham a longitude e especificações adequadas para se conseguir uma boa e constante qualidade da celulose.Na Costa Rica, cerca de 12% da produção total de resíduos correspondem ao papel e seus subprodutos. Esse projeto inclui a utilização do papel reciclado como matéria prima que, combinada com outras fibras virgens processadas pela empresa, oferecem ao mercado de exportação papéis de primeira qualidade tanto para escrever quanto para embalar.Estratégia empresarialO enfoque ambiental da CPC inclui não apenas o aproveitamento da reciclagem, tanto do ráquis das plantações de banana nas aldeias como do uso da fibra do kenaf, mas também uma visão ampla do impacto da empresa para o meio ambiente como efeito de seu processo produtivo.Esse enfoque global implica a utilização de processos de branqueamento, nos quais será evitado o uso de clorados, a reutilização e filtragem da água do processo para a recuperação e aproveitamento máximo das fibras injetadas ao processo, a minimização da utilização de químicos para conseguir os acabamentos requeridos no papel, a eficiência do consumo de combustíveis e a incorporação de práticas de segurança e higiene industrial adequadas às condições e caracaterísticas da companhia.

O PAPEL DA BANANEIRA - RECICLAGEM E APROVEITAMENTO DE BIOMASSA



Fonte: http://www.cenargen.embrapa.br/publica/trabalhos/am2003/arquivos/31030301.pdf

O PAPEL DA BANANEIRA - RECICLAGEM E APROVEITAMENTO DE BIOMASSA E RESÍDUOS.

A bananeira, musa dos trópicos asiáticos, africanos e americanos, até o presente conhecida e apreciada mundialmente pelos seus saborosos e nutritivos frutos, poderá vir a competir com os Eucalíptos e Pinus na produção de celulose e papel e, além disso, ser utilizada na confecção de têxteis e placas de absorção sonora.
O professor e cientista japonês Hiroshi Morishima, através do Green-Gold Project de sua autoria, com ajuda do Governo de seu País, atraíu milhares de curiosos ao seu \"stand\" montado na Exposição Ubuntu, paralela à RIO + 10, onde apresentou seu projeto lançado em Agosto/2001: Duas Fábricas- Piloto no Haití, um dos países mais
pobres do mundo, que iniciaram a produção de papel utilizando como matéria prima o pseudo-caule da bananeira.
O objetivo do cientista é estender essa técnica às 129 nações produtoras de banana, principalmente da África, Ásia e América Latina, que garantem 80% da produção mundial. A técnica consiste em extrair fibras dos pseudo-caules e a partir delas obter uma polpa, sem emprego de produtos químicos, que é estendida sobre uma tela ou rede. Uma vez seca ao sol, a polpa é transformada em \"Papel de Banana\". É necessária uma tonelada de biomassa para produzir 1.200 folhas de papel oficina.
O professor pretende estender esta produção a Uganda e Tanzânia antes do final de 2002 e para mais de 100 países antes de 2010. No Haití, explica ele, o papel e os lápis são tidos como artigos de luxo e, por isso o \"papel-banana\" oferece um meio de subsistência à população e ajuda na educação de crianças carentes.
Segundo Morishima, países como as Filipinas, Camboja, Papua Nova Guiné, Cuba, Peru e Colômbia já manifestaram interesse pelo projeto. E, pondera: das 170 Milhões de Toneladas da pasta de papel consumidas por ano no mundo, 95% vêm da madeira. Segundo projeções das Nações Unidas, o consumo mundial vai ficar cinco
vezes maior até 2010, que fazem temer uma acelerada exploração das florestas tropicais com efeitos devastadores para o ambiente e para a humanidade.
A invenção japonesa permitiria, levando-se em conta o desperdício por apodrecimento de milhões de toneladas por ano da matéria prima, produzir 100 milhões de toneladas de polpa de bananeira, quantidade suficiente para fabricar metade do papel consumido hoje no mundo. Morishima publicou um livro de 40 páginas para crianças, feito exclusivamente de \"papel banana\", como ele mesmo
denomina.
Mas, no Brasil, a pesquisa do aproveitamento dos resíduos da bananeira também está adiantada. Rosana Stockler professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de Brasília e especialista em acústica arquitetônica, está desenvolvendo em laboratório placas de absorção sonora a partir da fibra do tronco
da bananeira. Tratam-se de placas artesanais, ecologicamente corretas e produzidas a um custo máximo de 10% do valor por metro quadrado dos materiais convencionais que em geral custam R$ 50,00.
Com base em pesquisas que realizou nas escolas públicas do Distrito Federal chegou à conclusão que a reverberação (persistência de um som num recinto limitado, depois de haver cessado a sua emissão por uma fonte) nas salas de aula era alta, nascendo daí a inspiração da autora.
A fibra do pseudo-caule da bananeira e o papel reciclado constituem os principais ingredientes das placas de absorção acústica da pesquisadora Rosana. Em resumo, a fibra é submetida a um cozimento em solução de soda cáustica e em seguida misturada ao papel previamente reduzido a polpa. À essa mistura, adicionam-se um componente aerante, que produzirá bolhas de ar e fornecerá porosidade ao material e, por fim, um adjuvante antiinflamável.
O produto foi submetido ao Laboratório Acústico do Instituto Nacional de Metrologia (INMETRO) do Rio de Janeiro onde foi testado e aprovado obtendo, para freqüências médias e altas, índices de absorção do som na faixa de 50% a 90%, enquanto que a
espuma tradicional absorve no intervalo de 40% a 60%. O processo de patenteamento do produto se encontra em andamento.
O Brasil é o principal consumidor de banana do mundo ocupando o terceiro lugar na produção mundial com 5,5 milhões de toneladas, atrás do Equador (6,4 milhões t) e da Índia ( 11 milhões t).
A área brasileira cultivada com esta fruta é a maior, mas a produtividade é baixa, diante do desempenho dos outros países que lideram o mercado global. A cultura cobre 527.000 hectares, enquanto a Índia mantêm 444.000 e tem o dobro da nossa produção.
O mercado interno brasileiro consome, por ano, praticamente 99% da produção.
Somente pouco mais de 1% se destina à exportação, mas o Brasil importa banana de outros países, principalmente do Equador, para atender sua demanda.
Dados do Ministério da Agricultura mostram que, apesar de ter sido a segunda fruta mais exportada em 2000 ( 72.000 T. ), a banana foi a sétima em faturamento ( US$12 Milhões ). Segundo a SECEX, o Brasil fechou o ano de 2001 com uma exportação aproximada de 105 mil toneladas no valor de US$ 16 Milhões.
O produto nacional é pouco valorizado internacionalmente, pois não atende a alguns pré-requisitos dos importadores europeus e norte-americanos, principalmente quanto ao aspecto fitossanitário. Seu mercado internacional está mais direcionado ao Mercosul, tendo como principais compradores a Argentina e o Uruguai. O preço
histórico da fruta nacional exportada é de US$ 0,14 / Kg enquanto o Equador, principal exportador mundial, alcança um preço médio de US$ 1,25 / Kg e fatura, anualmente, mais de US$ 1,4 Bilhão.

JOSÉ FRANCISCO BEZERRA MENDONÇA - Pesquisador- embrapa Recursos Genéticose Biotecnologia - endonca@cenargen.embrapa.br

Papel de bananeira pode substituir celulose tradicional

Fonte: http://www.dw-world.de/dw/article/0,9137,637965,00.html

Papel de bananeira pode substituir celulose tradicional

Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Papel produzido a partir da bananeira pode ser alternativa para Terceiro Mundo


Japonês desenvolve projeto de produção de papel a partir de resíduos de bananeira. Embora já tenha sido usado no Brasil no século 19, o método hoje pode facilitar a entrada de países pobres no mercado da celulose.
Muitas bananas e pouco dinheiro. São estas as condições econômicas básicas da Jamaica e da Tanzânia, duas das nações mais pobres do mundo. O professor japonês Hiroshi Morishima monitora em universidades destes países um projeto piloto com o objetivo de gerar celulose a partir dos resíduos da banana: o chamado pseudocaule, as folhas e o engaço.
Um livro infantil produzido exclusivamente com papel de bananeira é, para o professor, a prova de que o método funciona. "Confeccionamos um papel muito bonito. Das fibras dos resíduos temos uma polpa, que depois é transformada em papel. O método é simples. Não usamos produtos químicos nem necessitamos gastar energia. Trata-se de uma técnica japonesa tradicional, combinada com uma certa tecnologia", explica Morishima.
Desenvolvimento sustentável - O consumo global de papel cresce a cada dia. Isso faz com que se torne urgente encontrar novas alternativas, que respeitem os parâmetros de um desenvolvimento sustentável. Estima-se que no ano de 2010, o consumo mundial de papel atinja 400 milhões de toneladas. Razão suficiente para a procura de novas matérias-primas.
No Brasil, a primeira fábrica de papel – que já utilizava as fibras da bananeira – foi inaugurada em 1848 na Bahia. Hoje, são desenvolvidos projetos esparsos, que visam o aproveitamento industrial de fibras de banana na produção da celulose. No entanto, os métodos alternativos acabam destinados a pequenos nichos do mercado, como a produção de papéis artesanais especiais. Dependendo da parte da bananeira usada e da técnica utilizada, é possível confeccionar papéis com diferentes texturas, brilho e resistência.
Revolução no mercado - Para o professor japonês, seu método pode causar uma verdadeira revolução no mercado da celulose. Morishima acredita que a fabricação do papel de bananeira poderá suprir metade da demanda mundial de papel, salientando que todo ano são eliminados, em plantações espalhadas por 129 países, bilhões de toneladas de resíduos da banana.
Morishima, que trabalha há três anos no projeto piloto na América Central, vê no crescimento da produção do papel de bananeira a possibilidade de gerar empregos na região. Uma vez em funcionamento, uma eventual fábrica poderia, segundo o professor, produzir livros escolares em grande escala, que hoje precisam ser importados.
Reações céticas - Pesquisadores e produtores do papel tradicional reagem com boa dose de ceticismo às idéias de Morishima. O Professor Göttsching, do Departamento de Produção de Papel da Universidade Técnica de Darmstadt, na Alemanha, não acredita no sucesso de mercado do papel de bananeira. "Pode-se conseguir a matéria-prima para a produção do papel de todas as espécies de plantas, porque elas contêm fibras avulsas. Da banana, se for o caso, também. Só que ninguém vai querer fazer isso".
Pelo menos, segundo Göttsching, ninguém vai se dispor ao trabalho pensando no mercado mundial de celulose. Para o professor alemão, considerando a produção em grande escala, tais métodos artesanais de fabricação de papel mostram-se simplesmente caros demais. "Para uma fábrica de celulose, necessita-se de unidades grandes, para que o trabalho seja rentável economicamente, respeitando também o meio ambiente. E essas fábricas são tão grandes, que só os países mais ricos conseguem mantê-las".
Pequenos passos - Pelo menos para o professor alemão, é aí que o cerco se fecha: enquanto os países produtores de banana não tiverem dinheiro suficiente para construir uma fábrica de grande porte, a eventual exportação de produtos confeccionados com o papel fica apenas na vontade. O japonês Morishima, no entanto, não se deixa abater por tais argumentos. "É melhor um pequeno passo do que nenhum", conta o professor, enquanto planeja novas produções do papel de bananeira em Uganda e na Tanzânia.